Tragédia recente envolvendo a morte de uma turista japonesa em Seul coloca em foco a crise de segurança viária no país, onde estatísticas apontam que mais de 40% dos motoristas embriagados são reincidentes.
Um trágico acidente em Seul, capital da Coreia do Sul, reacendeu o debate internacional sobre a gravidade dos crimes de trânsito no país. Uma turista japonesa, na faixa dos 50 anos, foi morta após ser atingida por um motorista embriagado em uma calçada próxima à estação de Dongdaemun. O incidente chocou o Japão e expôs uma disparidade alarmante nas estatísticas de segurança viária entre os dois países.
Reportagens da mídia japonesa, como a TV Asahi, destacaram que, embora a Coreia do Sul tenha cerca de metade da população do Japão, o número de acidentes causados por motoristas sob influência de álcool é seis vezes maior. Dados dos últimos cinco anos indicam mais de 70.000 acidentes e 1.000 mortes relacionadas à embriaguez ao volante na Coreia do Sul, tratando o tema como um grave problema social.
O cerne da questão, segundo especialistas e dados da própria Agência Nacional de Polícia sul-coreana, é a alta taxa de reincidência. Estudos e estatísticas oficiais, como os reportados pelo Inhapress, indicam que a taxa de reincidência para motoristas embriagados tem se mantido consistentemente acima de 40% (chegando a 44,7% em anos recentes). Isso sugere que as punições atuais não estão sendo eficazes para dissuadir os infratores de repetirem o crime.

O que afeta
- Críticas Internacionais e Diplomáticas: A morte da turista japonesa gerou críticas severas no Japão, com cidadãos e mídia questionando a leniência das leis sul-coreanas. A lei japonesa pode sentenciar um motorista embriagado que causa uma fatalidade a até 30 anos de prisão, enquanto as sentenças na Coreia do Sul são percebidas como significativamente mais brandas.
- Pressão por Reforma Legal: O incidente aumenta a pressão interna sobre o governo sul-coreano para endurecer as penas e a fiscalização. Embora o país tenha reduzido o limite legal de álcool no sangue (BAC) para 0,03% em 2019, a percepção pública é que a aplicação da lei falha em punir reincidentes de forma exemplar.
- Segurança e Turismo: A reputação da Coreia do Sul como um destino turístico seguro é posta em xeque, especialmente para visitantes de países vizinhos com leis de trânsito mais rigorosas, como o Japão.
Conclusão
A fatalidade da turista japonesa em Seul não é um caso isolado, mas sim o sintoma de um problema crônico e estatisticamente validado na Coreia do Sul. A combinação de uma frequência de acidentes seis vezes maior que a do Japão e uma taxa de reincidência superior a 40% demonstra uma falha sistêmica. Sem uma reforma legal robusta e uma mudança cultural que imponha tolerância zero à embriaguez ao volante, a Coreia do Sul continuará enfrentando críticas internacionais e, mais importante, colocando em risco a vida de seus cidadãos e visitantes.
Fontes
TV Asahi (Reportagem sobre a estatística comparativa)
The Korea Times
The Chosun Ilbo (Edição em Inglês)
The Financial News (FN News)
Inhapress (Dados sobre reincidência)






